Capítulo 1

O meu inferno pessoal



Sexta-feira, 18 de Setembro
Sarah

O liceu é fantástico – para quem não é uma aberração como eu, claro. Hoje não foi preciso mais do que entrar na sala daapresentação para eu perceber isso. Realmente, a minha nova turma devia entrarpara o Guinness – nunca vi ninguém tão rápido. Nos outros anos, as pessoas tentavam, pelo menos, conversar comigo antes de me julgarem.
Bem, eu também não estou sendo justa. Nem todos riram, especialmente os que chegaram depois de mim e já nem me viram, escondida atrás da minha mochila, na última fila. Eu sei que tenho de aprender a confiar mais em mim, mas não consegui. Simplesmente não consegui.
Mas às vezes paro e penso: “o que é que eu tenhode tão diferente?” Uso roupas diferentes, ouço música diferente, tenho passatempos diferentes – e daí? No fundo, por baixo de todas essas superficialidades, sou igual a eles…
Enfim, infelicidade conformada à parte, hoje houve algo que fez o dia valer a pena! Parece impossível, não é? Mas aconteceu– vi um sonho a entrar na minha sala de apresentação. Ou seja, o meu novo colega de turma é… tchantchantchantchan…

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!TAYLORYORK!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
        !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Já tinha visto o nome dele na lista de alunos, mas não quis acreditar. Não queria ter mais desilusões no primeiro dia de aulas. Mas era verdade.
Depois de acordar da surpresa, pensei “finalmente, alguém que talvez me entenda!” Isto, obviamente, antes de me lembrar que ele é uma espécie de celebridade local e que, provavelmente, não vai querer perder o seu tempo com pessoas da minha idade… É, ele já devia estar no 3º, com o resto da Paramore (Hayley Williams, Jeremy Davis e Josh Farro), com a exceção do Zac Farro. Ele também está no 1º da nossa escola – o único liceu da zona -, só noutra sala. O Taylor podia estar no 2º – e com ótimas notas– só que decidiu mudar as suas disciplinas. O outro ano de atraso, acho que o perdeu quando se mudou para cá, no 9º ano.
Eu sei, pareço uma groupy a falar tão detalhadamente, mas a verdade é que não me importava de ser. A Paramore é a minha inspiração. Eles provam que se pode ser bom em tudo o que se faz, não importa a idade. Desde que ouvi falar da banda, fiquei viciada nas letras deles e, claro, na melodia incrível das canções. Eles me fazem querer ser melhor, todos os dias, na minha música.
E isto nos leva à minha grande paixão: a guitarra é, para mim, a única escapatória possível. O meu momento, o meio pelo qual me posso expressar, libertar, ser eu mesma. Aprendi a tocar na Escola de Música de Franklin, mas acabei saindo. Trouxe muita formação clássica de lá, o que é sempre ótimo, porque nos dá bases mais sólidas para criar música diferente. Mas cheguei a um ponto em que não me podia expressar. Investia todo o meu tempo no que eles queriam que eu tocasse e, por isso, já não tinham tempo para o meu rock.
E, sem o meu rock, eu não tenho voz.
Taylor
As aulas vão começar. Não é que isso me faça lá muito feliz, mas até é bom. Traz normalidade à minha vida e me lembra que nem só de música vive um homem. E também é bom para conhecer pessoas novas.
Claro que o ano passado nunca teria pensado assim. Mas este ano aprendi que, afinal, somos todos iguais. Atletas, populares, emos, nerds… São tudo rótulos. No fundo, somos todos jovens à descoberta, sempre à procura de alguma coisa mais significativa e sempre com medo de a encontrar. Porque, aí, a procura acaba, já não há esperança e lá se vai a nossa juventude. É por isso que ainda há idosos que são jovens e adolescentes que já não são, que já se habituaram à rotina da vida e não a querem quebrar porque isso seria desconfortável. São mentalidades assim que quero, vá, abrir com a minha música.
Isto também se aplica à minha nova turma. Vê-se de longe que eles só vivem para os rótulos. Isso protege-os de surpresas inesperadas – boas ou más. Se uma pessoa for só essa etiqueta, todo mundo já sabe o que esperar e ela já sabe o que tem a fazer. Quer goste, quer não.
Vi isso na garota da fila de trás. Sarah, acho eu. Ela me comoveu, de certa forma. Me recordou quem eu era o ano passado: um jovem envergonhado e com medo de quebrar a barreira das aparências. Gostaria muito de ajudá-la, partilhar o eu que sei.
Não sei bem... é porquê com ela e não com outra pessoa qualquer. Talvez me tenha parecido mais receptiva. Ou talvez… Não sei, alguma coisa nos olhos dela que me diz que ali há alguma coisa para partilhar. Que ali também há alguma coisa que eu preciso saber.
Acho que vou tentar descobrir.

2 comentários:

  1. Sarah está na sua nova sala de aula *-*
    Ok, agora começa a historia.
    Vamos lá.
    Ela vai se apaixonar pelo Taylor....... que D+
    Eu sei como é, Paramore tbm é minha inspiração.
    Pov do Taylor *-*
    Eu não gosto muito de conhecer pessoas novas kkk
    Uau! Gostei do q ele esta falando.
    Sim, vc vai descobrir q ela é uma grande fã sua. Kk
    E do Paramore :3
    Vai lá conversa com ela *-*
    Indo para o próximo cap.
    Rafael C:

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    Respostas
    1. Agora sim, a história começa a tomar forma ;)
      POSIMDFIMSGOMSPGM+O MAS CLAROOOO! Taylor + Sarah = amor eterno KKKSD+PFOMSFM
      Awwwnn, você compreende Sarah (eu tb, mas deixa quieto).
      Mas conhecer pessoas novas pode ser muito legal ^^ sobretudo quando não há muitas "velhas" por perto...
      AHAH isso mesmo, mas será que vai ser só uma fã que ele irá achar? ^^
      Obrigada pelo comentário <3

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