Capítulo 10

All we know is falling



POV JOSH

Sabe o que é você estar com a inspiração no máximo, finalmente compondo algo decente, apenas feliz por alguma coisa estar saindo bem? Sabendo que, apesar de todas as coisas que não tem coragem para dizer, nesse momento é só você e o violão, e você pode colocar seus sentimentos todos nessas cordas e na folhinha de papel diante de você, e quem sabe, um dia poderá tocá-la para quem a escreveu. É, bem... Eu estava num desses momentos.

"You're my number one,
You're my golden star,
I look at Earth from here,
Still you don't seem so far.
Oh oh oh oh ooh oh oh--"

– Não, isso precisa de uma bridge... - eu tenho essa mania de falar comigo mesmo quando estou escrevendo. Bem, na verdade, ou a fazer seja o que for, o que sempre parece irritar Hayley.

"But you will never know,
You will never know,
Oh you will never know!
Oh oh oh oh ooh oh oh
Oh, I would never admit that I,
Oh oh oh oh ooh oh oh
Oh, I would never admit that I.
Oh oh oh oh ooh oh oh
Oh, I would never admit that I,
Oh oh oh oh ooh oh oh"
– É isso! Agora vamos ver... Hm...
"Do you think of me?
Do you wonder,
If--"

– Hmm... Aí deveria rimar. "If we could be passing thunder"? Não, thunder não tem nada a ver... Under? Debaixo de quê?
– ZACHARY WAYNE FARRO, NÃO USE ESSE TOM COMIGO! NÃO VÊ QUE ISSO É INACEITÁVEL? - minha mãe berrou com meu irmão. Normalmente eu não me teria metido, mas eu tinha uma ideia da razão de tudo isso. Bufei, largando o violão. Como sempre, Zac faz a burrada e eu é que tenho que limpar. Desci rapidamente as escadas, enquanto a voz da Sra Farro ainda soava por toda a casa.
– Hey, hey - falei, me metendo entre minha mãe e meu irmão mais novo. Seria de pensar que, depois de 17 anos disso, eu já estivesse habituado. - O que aconteceu?
Minha mãe apenas olhou para mim e bufou, se deixando cair no sofá ao lado. Olhei para Zac, imaginando já o que era.
– Minhas notas... Tenho três negativas - passei uma mão pela testa. Eu o avisei tanto, mas tanto...
– Como assim, três? Pensei que tinha levantado duas delas.
– Err... Não deu - eu revirei os olhos e ele se apressou a corrigir - Não deu esse semestre, mas vai dar no próximo. E a outra matéria também. Eu prometo.
– Promete, promete, promete, mas é sempre o mesmo, não é Zachary? Ah, mas eu sei o que vou fazer com você - e pelo tom calmo e frio que minha mãe usava apenas quando estava realmente passada - o que só a tornava mais assustadora nessas horas -, ela sabia mesmo. - Pensa que eu não sei que quando falava que ia à biblioteca estudar, na verdade você estava lá na casa daquela mocinha? Que... - "daquela mocinha?" Agora Hayley já não tinha nome?
– Mocinha? O que você quer dizer com isso? - mas minha mãe não me escutou. Ah, de jeito nenhum.
– ...ao invés de estar preocupado com o que realmente importa - sua educação– você anda aí brincando de estrelas de rock? Você acha que isso vai te dar um futuro? Você acha que isso vai chegar para alimentar sua família, para poder dar um futuro para eles? Você acha que pessoas sérias se metem nessas coisas? - meu olhar de choque e indignação aumentava com cada palavra dela. Então para ela um contrato era nada? - Quer dizer, tome o exemplo dessa mocinha com quem vocês andam!
– "Dessa mocinha" de novo?! O que você está dizendo?!
– Ah, Josh... Não minta para mim. Você acha que alguém alguma vez vai levar uma menina daquelas a sério? Com o cabelo pintado assim? Usando roupas daquelas? Andando sempre rodeada por meninos?
– Mas esses meninos somos nós! - ah, mas ela não me ouviu.
Ela nunca ouve.
– De jeito nenhum, Josh! De jeito nenhum! Sabe o que o futuro tem para dar a ela? AS RUAS! - o que aconteceu a seguir foi imprevisível, eu nunca quis fazer aquilo. Eu nunca fiz aquilo na minha vida - não à minha mãe - e pensei que pudesse morrer jurando que fui um filho bom, obediente, responsável. Mas há um ponto em que até os mais bonitinhos quebram. E por ser mais longe, pode ser bem mais perigoso.
Olhei para a minha mão, onde passava um pequeno formigueiro. Depois vi a mão de minha mãe, que massageava sua bochecha vermelha.
Aí a ficha caiu. Eu tinha dado um tapa na minha mãe? Não fora com muita força - a minha mão quase nem tinha ficado vermelha. Já tinha batido bem pior em Zac, e fora apenas de brincadeira. Mas minha mãe era um assunto diferente. O que eu tinha feito era o desrespeito total por ela, e isso estava bem implícito no seu olhar. Se não sabe o que é um olhar assassino - um verdadeiro olhar assassino -, não queira saber, acredite em mim. E se vai seguir esse conselho, a melhor forma de o fazer é não dar tapas à mulher que te deu a vida.
– Vocês. Os. Dois. Quarto. Já! - ela falou, aparente calma, mas com a raiva a borbulhar mesmo sob a superfície. Ela estava a esforçar-se o máximo por não reagir impensadamente, o que era mais do que se podia dizer de mim. Eu subi as escadas de bom grado. Tudo o que eu queria era parar um pouco para pensar. Já Zac... bem, não se pode dizer que fosse esse o motivo dele. A única coisa que ele queria fazer era fugir ao olhar assassino de nossa mãe - e provavelmente ao alcance das mãos dela.
Foi por isso, que, insensível ao meu estado, ele murmurou assim que chegamos ao quarto que partilhamos:
– Bem, Josh, não posso dizer que tenha sido lá muito inteligente... Mas deve ter sido bom não ser o menino certinho pelo menos uma vez, não?
– Zac.
– Quer dizer, você sempre faz o que mamãe fala, sempre tira as notas que deve, sempre chega a casa a horas, nunca mente... Mas agora se libertou. Hmm... Ser que foi por que ela falou na Hayley?
– ZAC. - pelo o que parece, o meu olhar assassino não fica atrás do de mamãe. Zac calou-se no mesmo segundo, levantando as mãos abertas num gesto de desculpa.
Comecei então a pensar nisso, aliás, exatamente no que Zac tinha falado. E não é que o pirralho estava certo? Tanto tempo a aguentar todas as exigências de nossos pais sempre com calma e frieza - por mais injustas que fossem - e bastou mamãe falar de Hayley e eu disparei. Ah, não, não tinha sido o negócio de "a música não é caminho para você". Isso já eu ouvi milhares de vezes. Mas ela falar assim de uma menina tão doce, tão educada... tão boa, foi demais. Tá, não é que Hayley fosse todas essas coisas à primeira vista. Mas ela nunca julgou ninguém pela aparência. Porque é que as outras pessoas insistiam em fazer isso com ela? E logo de todas que há no mundo, tinha que ser a minha mãe. Isso está tão errado...
Pelo menos agora ela sabe. Pelo menos agora ela não se irá atrever a insultar Hayley - ou outro dos meus amigos, falei a mim mesmo - na minha cara. Isso era o que eu queria pensar, claro, mas não pude. Nesse momento, ela entrou no quarto, aparentemente mais calma. Ou pelo menos, menos tensa.
– Eu sei que eu o pai de vocês exigimos muito, por vezes. Mas isso é para o bem de vocês. Mesmo que vocês não admitam agora, mesmo que achem que estamos errados, irão agradecer-nos no futuro, quando tiverem uma casa, uma família e um emprego estável. É por isso que nós fazemos o que fazemos ou falamos o que falamos - porque nós sabemos o que é melhor para vocês.
Meu queixo caiu com o que veio a seguir, mas eu não estava nem aí. Ela não falou mesmo o que eu acho que ela falou, pois não?
– As coisas estão ficando sérias demais, e um dia vão querer parar e já não vão poder...
– A senhora não pode estar falando sério - murmurei alto o suficiente para interromper o discurso dela.
– Ah, Josh... Você não esperava mesmo que nós fôssemos aceitar isso, não?
E ela tinha razão aí.
Eu nunca deveria ter esperado que ela aceitasse.


Terça-feira, 29 de Dezembro
Taylor

Mal tenho coragem de escrever isto.
Vai tornar a desgraça real e eu não sei se aguento.
A banda acabou.
O Josh e o Zac foram proibidos de continuar a tocar conosco. Os pais deles estão furiosos com o Zac pelas três negativas, mas acima de tudo acham que a música não é futuro para ninguém - o que supostamente é provado pelas tais três negativas, ignorando a parte em que mais ninguém da banda tem notas baixas.
Mas nós não desistimos de primeira. Mal o Josh terminou a ligação de conferência hoje de manhã, nós fomos à casa dele, e tentamos discutir racionalmente com Sra Farro. O que, claro, só piorou a situação: ela agora acha que os filhos não sabem travar suas próprias batalhas.
Não sei se doeu mais ouvir que não vamos poder assinar um contrato coisa nenhuma, se foi o ataque ao futuro na área da música, ou se foram os insultos pessoais - que não foram diretos, claro, mas que estavam chapados na cara e no olhar dela.
Se bem que com a opinião dela, nós poderíamos aguentar. Agora, se ela vai proibir os filhos de assinarem o contrato... Nisso não temos voto. É entre eles e os pais. O resultado final depois irá ditar as conseqüências para todos.
E no momento, o resultado é esse: Sra Farro 1000 - Paramore 0. O que nós podemos fazer? Continuar sem a bateria e a guitarra principal? Continuar sem os nossos melhores amigos? E à gravadora, o que a gente diz?
Estivemos tão perto… E agora não sei se alguma vez chegaremos assim tão longe. Sei lá se alguma gravadora nos voltará a dar crédito, depois de os deixarmos na mão, sem mais nem menos. Amanhã… Amanhã vamos falar com eles e fazer-lhes a desfeita. Aliás, desfeitos vamos nós.


Sarah

Porque é que as coisas mudam tão de repente? Estávamos todos tão bem... Ainda ontem, rimos e brincamos todos na garagem de Hayley, ainda ontem eu e as meninas os vimos tocar, ainda ontem ajudamos a compor músicas novas... Ainda ontem estava tudo bem.
E hoje? Bem, hoje recebi uma chamada do Taylor.
– Tay? Hey!
– Sarah… - a voz dele parecia chorosa. Será que ele pegou um resfriado?
– O que aconteceu, Tay?
– Hm… Nada de bom. - ok, hora de estressar. Se fosse um resfriado, ele pouco se importaria.
– O que é, querido?
– Bem, sabe que ontem foi a reunião dos pais para entrega de notas?
– Sim... - agora estava confusa. As notas do Taylor não tinham nada de trágico.
– O Zac tirou três negativas. E o Josh se meteu entre ele e a mãe, o que não correu muito bem...
– Não me diga que… - ele suspirou do outro lado da linha.
– Eles foram proibidos de tocar na banda.
– O-o-o quê?! Mas... mas e agora?
– Isso gostava eu de saber… Amanhã temos a reunião com o Simon – passei a mão pela cara, esperando que a realidade embatesse.
– Oh, Tay…
– Sarah… Eu…eu não sei o que vou fazer – a voz dele quebrou, o que fez tudo parecer bem pior. Nunca tinha ouvido o Taylor falar daquele jeito, e nesse momento entendi que nunca mais queria ouvir de novo. Saber que ele está mal e saber que não posso fazer nada para resolver o problema é das piores coisas que já senti. Só posso tentar facilitar-lhe as coisas; acalmá-lo e distraí-lo quando for preciso. Apoiá-lo.
– Fazemos assim, Tay. Você vai desligar, respirar fundo, pensar que talvez amanhã se encontre solução e esperar que eu chegue aí. Parece bom?
– Hm… Sim, parece bom - ouvir o sorriso na voz dele foi sentir o peso em cima dos meus ombros aligeirar. Suspirei.
Arrumei-me depressa e desci as escadas, já correndo.
– Onde vai?
– Casa do Taylor.
– Credo, há incêndio lá? - revirei os olhos na direção de minha mãe, já de casaco vestido e mão na maçaneta da porta. "Ela não sabe", falei para mim mesma, "é normal ela brincar".
– Volto assim que der.
– Assim que der? Quando é isso?
Mas eu não respondi, apenas fechei a porta e saí correndo pelo caminho que já conheço de cor. Minha mãe não se importaria muito de qualquer jeito, ela só queria saber a hora para eu não pensar que podia sair e entrar conforme me apetecesse. Na verdade, ela amou os pais do Taylor quando os conheceu lá na reunião, então quando eu falo que vou para lá, ela fica logo toda despreocupada e feliz. Se calhar é mesmo um teste à paciência me ter em casa... Ou ela é que é estranha mesmo, quer dizer, quem não me ama ter como companhia? Olha o Taylor, quem é que ele chamou? Eu, pois é! Na hora, isso me lembrou que ia ficar sozinha com ele, o que não acontece muitas vezes... Mas antes de poder processar essa informação, já eu tinha chegado à porta dos York - donde estava saindo Marie.
– Ah, Sarah! Que bom que você chegou! - ela me abraçou em jeito de cumprimento. - Peter foi trabalhar, Justin saiu com a namorada bem cedo pela manhã, e eu preciso dar uma passada no escritório também... Eu não queria muito ir, você sabe - assenti. -, mas ele me falou que não tinha mal, que você já estava chegando... De qualquer jeito, ele não sai daquele quarto desde que recebeu a notícia, e eu já não sei bem o que fazer. Espero que você consiga animá-lo, querida, porque eu já estou perdida.
– Não se preocupe, Marie. Acho que é normal um adolescente não querer partilhar tudo com os pais também... Mas eu vou dar um jeito. - ela sorriu, agradecida.
– O que seria de nós sem você, querida! - revirei os olhos com um sorriso. - Então eu vou indo, tudo bem?
– Claro! E não se preocupe.
Dei tchau para ela e entrei na casa, subindo os degraus dois a dois, até parar em frente à porta dele. Bati.
– Tay? - ouvi movimento lá dentro e logo a porta abriu, mostrando um Taylor de olhos vermelhos e sorriso forçado. Abracei-o sem pensar duas vezes.
Passado algum tempo, ele se afastou e me puxou para nos sentarmos os dois na cama dele. Tirei os sapatos e encostei-me à parede, como sempre.
– Pouco folgada? - observou ele, com um minúsculo sorriso que, de novo, me fez sentir muito mais leve.
– Eu até mudaria, mas é assim que você me ama - encolhi os ombros, enquanto ele revirava os olhos, e se encostava ao meu lado.
– A vida muda depressa, não é? - ele riu sem humor do meu comentário.
– Demais – suspirei. - Mas você tem de acreditar em mim quando eu falo que vai correr tudo bem, Tay - olhei para ele. Ele me devolveu o olhar com um ar triste.
– Como?
– Se é isso o que você realmente quer... Tudo se vai arrumar.
– O que eu quero é a Paramore, Sarah. E como a gente arruma isso, me fala?
– Tem que haver um jeito! Eles não serão menores para sempre...
– Mas até lá nós perdemos nossa chance! Não vê isso? Ou é agora... ou nunca.
– Taylor... - ele me encarou de imediato, não é normal eu chamá-lo pelo nome todo. - Você não perdeu a fé, não é?
E foi aí que as lágrimas começaram a rolar livremente pela cara dele. Achei que o tinha empurrado longe demais, mas talvez apenas o tenha empurrado para onde ele precisava ser empurrado...
– Eu quero acreditar, Sarah. Mas onde está a prova?
– Você não falou mesmo isso, não é, Tay? - limpei algumas das lágrimas que escorriam pelo rosto dele com o nó do indicador. - Fé não é sobre prova, você sabe isso. Fé é ter esperança em algo que não é provado, não é seguro. É ter coragem de arriscar. Você não pode ter mais medo de cair, não numa hora dessas.
– Como não?! Se cair dessa vez já doeu tanto, porque eu vou levantar as expetativas de novo, só para sofrer de novo?
– Taylor, olha o que você está falando! Eu sei que a Paramore é insubstituível, eu sou a fã nº1, lembra? Mas ninguém morreu, ninguém perdeu um braço, Hayley não ficou muda. Vocês ainda vão tocar todos juntos de novo. E até lá... Até lá, têm a música.
Ele me olhava chocado, não sei se por não acreditar no que eu falava, se por não acreditar que era eu quem falava. Descobri que ele estava mais pensando na segunda opção.
– Meu Deus, o que aconteceu com você? - ele sorria. Ele estava brincando. Isso era bom.
– Meu Deus daria uma boa resposta. - ele riu um pouco e me abraçou de novo.
– Obrigado por estar aqui. - eu apenas balancei a cabeça, negando.
– Só não tenha medo de acreditar. Ter fé não é ser irracional, às vezes é só... ser corajoso.
Ele me olhou intensamente e fiquei sem ar. Mesmo com os olhos cansados e os caracóis desgrenhados ele conseguia ser lindo, como isso é possível?
– Esses três meses pareceram uma vida, não foi? - eu ri do comentário dele, fazendo-o me acompanhar.
– Sim. Pra mim, pelo menos.
Assim que ficamos mais sérios, voltou o mesmo olhar de antes - e aí é que eu pensei que ia mesmo morrer. É que ele não se limitou a olhar, ah não! Ele se aproximou até encostar a testa na minha. Fechei os olhos ao sentir o hálito quente dele contra os meus lábios. Eu realmente pensei que seria aí - meu primeiro beijo, por fim! - mas ele pareceu decidir diferente. Expirou outra vez, beijou a minha testa e foi pegar no violão.
– Quer cantar? - perguntou - para meu grande choque - como se nada tivesse acontecido. Bem, não o posso culpar. Realmente nada aconteceu.
– Claro! - foi tudo o que consegui articular, enquanto ele se sentava de novo ao meu lado com o violão no colo. Ele começou a dedilhar a introdução de uma das duas músicas que eles tinha acabado de compor ultimamente - a qual, senão era a melhor, certamente está no topo da competição.

"I climb, I slip, I fall
Reaching for your hands
But I lay here all alone
Sweating all your blood
If I could find out how
To make you listen now
Because I'm starving for you here
With my undying love
And I, I will
Breathe for love tomorrow
Cause there's no hope for today
Breathe for love tomorrow
Cause maybe there's another way
I climb, I slip, I fall
Reaching for your hands
But I lay here all alone
Sweating all your blood
If I could find out how
To make you listen now
Because I'm starving for you here
With my undying love
And I, I will
Breathe for love tomorrow
Cause there's no hope for today
Breathe for love tomorrow
Cause maybe there's another way
Breathe for love tomorrow
Cause there's no hope for today
Breathe for love tomorrow
Cause maybe there's another way
I climb, I slip, I fall
Into your empty hands
But I lay here all alone
Sweating all your blood"

Breathe é linda, com toda a certeza, mas em tudo errada para o momento. Quer dizer, eu estava ali numa missão de o animar e acabamos cantando uma das músicas mais depressivas que o mundo já viu? Estava sendo incompetente. Por isso, mudei o tom, pedindo para ele tocar Another Day, depois a Here We Go Again, a Whoa, e - como não podia deixar de ser quando o assunto é esperança - My Heart. E lá para o fim da tarde, a missão estava mais ou menos cumprida. Cantar e tocar juntos sempre nos anima, eu e ele nos entendemos facilmente nessa área, e a harmonia sai natural. Não é que fosse algo incrível, mas quem precisa de incrível quando tem amizade?
Amizade ou mais alguma coisa, não pude evitar pensar enquanto voltava para casa, encolhida dentro do meu casaco. Eu gostava de pensar que sim... E ao mesmo tempo gostava de pensar que não. E se ele tivesse realmente me beijado? Todo o tipo de medo me atingiu. Primeiro, eu não faço ideia do que fazer. Ver nos filmes é muito bonito, mas a história é com certeza outra quando é com você. Segundo: e depois? A gente iria namorar? Disso eu percebo ainda menos do que de beijar. E por mais tempo que esses três meses tenham parecido, são só isso - três meses. Três míseros meses. Isso realmente chega para conhecer uma pessoa? Isso realmente chega para mudar uma pessoa?
Eu não sei nada disso. E também não sei se a Paramore alguma vez irá se reunir. Tudo está fora do meu alcance, por enquanto. Tudo o que eu posso é ter fé.

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