Capítulo 6

Um anjo caído do céu...



Segunda-feira, 30 de Novembro
Taylor

Não acredito...
Não pode ser...
Vou mandar uma mensagem ao pessoal...
Então eu fui ler a última entrada, porque já não escrevo há quase um mês, e qual é a última frase? "Não me posso esquecer da publicidade"!
"Não me posso esquecer da publicidade"!
E advinha só o que eu fiz? Melhor, o que eu não fiz. Pois.
Que raiva! O show é daqui a três semanas! Três semanas!!! E agora?
Espera aí, estão-me ligando.
O resto da banda está até pior do que eu. Desliguei agora a ligação... Como dissemos, a nossa única opção agora é fazer o máximo que conseguimos. Em três curtas, minúsculas, míseras semanas. Não quero nem pensar na cara do agente da Fueled By Ramen quando vir lá umas dez pessoas. É o nosso fim, só pode.
OK, Taylor, respira. Você já esteve em situações piores. Além disso, se estiver para acontecer, alguma coisa há de se arranjar. Sei lá, tipo cair um anjo do céu... Oh, uma mensagem!
Esperanças destruídas de novo. Não, não era ninguém com uma solução entusiasmante, era Sarah a perguntar pela tarefa de casa. Não está mau, né, mas não ajuda com isso. E a parte pior é que nós já estamos meio apertados com o tempo que temos para ensaiar, quanto mais para discutir estratégias de publicidade e designs de cartaz e singles principais e sítios onde afixar os posters e...
10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1... Respira apenas, Taylor, tudo se irá resolver.
É, essa é a técnica de relaxamento que aprendi na psicóloga. Nada de muito especial, mas sempre ajuda a manter a cabeça fria no momento. Parece um pouco idiota até, mas funciona e isso é que importa.
Não, isso não acabou de acontecer.
"Está falando sério?"
Afinal, nunca é demais confirmar. Vai que ela quis falar outra coisa...
"Sim"?! Isso é sério? No way...
É melhor eu falar, não é? Então, a Srta. Sarah viu que eu estava com a cabeça em outro lugar e quis saber o que estava acontecendo. Aí, eu contei tudo para ela, como sempre faço. Ela se sentiu mal por não ter lembrado também, apesar de não ter sido culpa dela, lógico. Ela falou essa baboseira toda que a Paramore é a banda favorita dela, e que ela já veio a muitos ensaios, e nem disso ela se lembrou, como pode--- etc, etc, etc. Mas como eu falei para ela umas vinte vezes, ela não faz parte da banda, não podia saber se a gente realmente tinha planos ou não e nem sempre há chance para perguntar. Daí que a culpa não é dela, nem está perto disso.
Mas continuando, como eu já tinha falado para ela, a banda está praticando o máximo que pode e não sobra tempo para falar sobre publicidade. Aí ela falou que tempo a mais era o que ela tinha agora que os testes terminaram e se ofereceu para tratar da publicidade por nós!
Deixa eu repetir: ela se ofereceu para tratar da publicidade por nós!
Se fosse outra pessoa, eu acho que não conseguiria aceitar... Mas a Sarah nos conhece, afinal ela é nossa fã #1, ela tem direitos! E se ela insiste, melhor para a gente!
Ah, fiquei enrolando aqui. Vou ligar logo para eles.
E pronto! Segunda ligação do dia e o assunto ficou arrumado. A Sarah vai ficar encarregada da publicidade, com liberdade total. Só tem que passar o projeto por nós antes de o colocar em prática. Engraçado como só foi preciso uma hora para resolver nosso maior problema. Se não fosse conosco, eu até ria.
Claro que ainda vamos ficar ansiosos, pelo menos até termos cartazes por aí e pessoas reservando bilhetes. Mas, numa situação dessas, as mãos de Sarah são as que menos ansiedade me causam.


Domingo, 6 de Dezembro
Sarah

Ontem fui apresentar o meu plano à Paramore.
Espera aí, mas é melhor eu contar a história toda: nessa segunda, o Tay me contou que eles se tinham esquecido completamente de publicitar o show de Natal - o mesmo show para o qual eles têm treinado umas quatro horas por dia e onde vai ter um agente da FBR. E como treinam tanto e ainda têm que fazer, não iam ter tempo para fazer uma publicidade de jeito. Ou era público ou era músicas, e dependendo lá do cara, qualquer dos dois pode decidir se são contratados ou não. E mesmo estando tanto com eles, assistindo a tantos ensaios - pelo menos um por semana -, nem assim eu lembrei de perguntar para eles! Quantas vezes eu já falei que sou desmiolada aqui? Não que o suficiente, com certeza.
Mas pronto, eu consegui convencê-los que não era trabalho a mais - aliás, não é trabalho de todo. Para mim, isso é pura diversão! Que fã não quer publicitar um show da banda preferida? E se os estava ajudando, ainda melhor.
Eu sabia que, sozinha, conseguia fazer alguma coisa, mas vamos enfrentar os fatos: alguma coisa não é coisa que chegue para a Paramore. Sim ou claro? Por isso, pedi ajuda às meninas, Jane e Lisa. Elas costumam vir nos ensaios comigo e se dão quase tão bem quanto eu com eles, por isso eu sei que elas os entendiam e sempre podiam dar um ponto de vista diferente - o que em matéria de gosto nunca é demais.
E assim trabalhamos a semana toda, aproveitando os tempos livres, intervalos e feriados que íamos tendo. Acabamos com uns cartazes que afixamos na escola, lojas e pontos de encontro mais frequentados pelos jovens. Eles não eram todos iguais, mas seguiam o mesmo conceito – um grande coração de formato mais ou menos real, decorado com enfeites de Natal e emoldurado por caixilhos diferentes. Inspirado no My Heart, claro. Mas mais do que isso - e essa foi realmente nossa ideia-chave - mandamos mensagens-corrente e marcamos um mini-show de apresentação lá na escola para o último dia de aulas. Isso foi o mais complicado de conseguir, mas bem que valeu a pena. Eles irão tocar apenas uma parte de cada música. E louco é aquele que não as quer escutar até ao fim.
E pronto. Ontem mostramos o projeto à banda, eu e as meninas. Eles amaram tudo - também se não gostassem da idéia do mini-show já iam tarde - e saímos logo para afixar os cartazes, falando bobagens e brincando, como sempre. Não dá para ficar de mau humor com eles ao lado, simplesmente não dá. Mesmo quando falam sério, não quer dizer que seja mau. Como quando a gente fala de religião e fé.
Eu fui criada cristã e acredito em Deus acima de tudo, mas nem sempre entendo o que a Igreja faz… Não consigo compreender tudo. Mas acho que isso até é bom, porque, no fundo, ainda ter coisas para aprender é uma dádiva. Quer dizer que ainda podemos crescer. E eu realmente tenho crescido. Já não uso sempre preto, porque aprendi que a cor da sua camisola não define quem você é. Aprendi que confiar nas pessoas não é mau. Elas nem sempre te vão machucar, não quando a relação é verdadeira e sincera. Não quer dizer que não cometam erros, mas aí você sabe a intenção deles e sabe que não é por mal. E aí vem a parte melhor - o perdão.

2 comentários:

  1. Parabéns para vc Taylor, q esqueceu de fazer a publicidade do show de vcs kkk.
    Colocas os cartaz em postes e na escola ué.
    Vcs vão conseguir um publico legal C:
    Pergunte para a Sarah se ela tem alguma solução. Ela deve ter hehe.
    Sarah... a culpa não é sua. Apenas reforçando kkk
    Então está ótimo. Sarah tem o plano e duas ajudantes (Jane e Lisa). Eles vão conseguir. Vai dar tudo certo.
    Mas gente, q cap. <3
    Eu to louco para ver onde vai dar isso <3
    Proximo cap.
    Rafael

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    1. Parabéns pra toda a banda, que esqueceu disso, aliás KKKK Coitadinhos, eles não estão acostumados com essas coisas ok? SDOIPFMSODGM
      Seria uma ideia legal, Rafa, você deveria ter ajudado Sarah com a publicidade ;)
      Sarah sempre tem solução UHUH!!!
      Sarah e suas ajudantes salvando o dia!!!!!!! Super heroínas, muito legal ;D
      Awwwwwnnn, obrigada!!! Ainda tem muito pela frente ;)
      Beijão :*

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