Prólogo


POV Narrador

Ela passeou pelo quarto antigo, aliás, como sempre fazia quando voltava a Franklin. Passava a mão pelos móveis, aqui e ali sacudia o pó que sempre se acumula nos quartos que não são usados. Olhava até as paredes. E gostava de tudo aquilo.
Estar naquele quarto era uma experiência muito pessoal, que ela adorava repetir. Sabia que havia quem a entendesse, se a quisesse explicar. Mas para quê? Quem ali estava sabia o seu valor e o quanto tinha mudado a vida dela. De resto, aquele momento era só dela. Uma viagem às suas raízes, ao ano em que começou a ser feliz. Ao ano em que tudo mudou.
Aquele quarto lembrava-lhe todas as coisas boas, os acontecimentos maus e as pessoas incríveis que a amavam mais que tudo, mesmo que estivessem a quilômetros de distância. Lembrava-lhe quem realmente era, quem sempre quisera ser, toda a revolta que sentia e que, aos poucos e poucos foi desaparecendo, enquanto ela tomava as rédeas da própria vida. O destino era dela para escolher, e ela sabia disso. Tinha aprendido nos tempos em que ainda dormia naquele quarto e descia as escadas de manhã para encontrar a mãe a tomar o café sozinha, sentindo as ausências que mais lhe pesavam.
Mas hoje tudo era diferente. Hoje sabia que, por mais distantes que as pessoas que amava pudessem estar, estavam com ela. Sabia que todas elas escolheram, em algum ponto, estar com ela, amá-la e ensinar-lhe o que sabiam. Hoje era diferente.
E saber tudo isto a fazia feliz. Fazia sentir-se amada e querida. Tudo o que ela sempre quisera.
Pegou nas malas, desempacotou as roupas e dirigiu-se ao velho armário embutido. Pendurou os casacos novos à beira dos antigos que ali deixara e que, um dia, talvez Theresa quisesse experimentar. O olhar divagou lá para o fundo, onde se amontoavam as velhas lembranças empoeiradas. Sorriu com todas elas, à medida que lhes ia pegando, até que encontrou o velho caderno preto. Sem aloquete, fechaduras ou chaves, sem rosas nem fadas, o caderno nem tinha o mínimo ar de diário adolescente. Passava facilmente despercebido no meio de todos os seus livros, e fora exatamente isso o que a fizera começar a escrever ali. E como isso lhe fizera bem.
Pegou nele e sentou-se na borda da cama, abriu o calmamente e passou as folhas uma a uma, correndo com o olhar as linhas escrevinhadas com emoção. Até que lhe deixou de ser possível simplesmente dar uma vista de olhos e decidiu-se a ler realmente o diário todo. Seria bom.
***
O telefone tocou. Ela o ignorou durante os primeiros segundos, enquanto acabava outra frase. Finalmente voltou-se para o aparelho e sorriu com o nome escrito no visor.
– Alô!
– Sarah! Fui abandonado, os meus pais tinham uma consulta – contou ele em tom choroso.
– Ah! Pode vir pra cá, é claro. É até bom que venha, quero te mostrar o meu antigo diário.
– Uuuuuhhhh… Espera aí! Eu também tenho um! Vou procurá-lo e levo também, pode ser?
– Claro, Tay! Mas não demore muito, ok?
– Eu sei que você me quer, love, mas tenha calma. – brincou ele.
– Idiota. Mas não demore! – ele riu-se com a diferença de tom dela entre as duas frases.
– Até já.
– Beijo – desligou a ligação e voltou à sua querida leitura.
A campainha tocou um quarto de hora depois. Ela correu pelas escadas abaixo, como fazia nos velhos tempos.
– Eu vou! – abriu a porta e deu com o rosto que esperava, mas que nem por isso perdia o encanto – Tay! Anda, sobe!
– Espera aí! Então e a família…
– Depois, anda!
Sarah puxou-o pelas escadas até ao quarto dela, e sentaram-se os dois.
– Hm... por qual começamos?
– Que tal se lermos os dois conforme as datas?
– Perfeito! Vamos lá ver, então...
Sarah abriu o seu caderno preto e Taylor o seu azul, também sem aloquete, e mergulharam juntos nas memórias…

2 comentários:

  1. Oi C:
    Sim, eu vim aqui ler u_u
    Estava louco para conhecer sua fic.
    Confesso q eu estava esperando vc termina de escrever por motivos q eu sou muito curioso e ia ficar muito ansioso, esperando o próximo cap. kkk
    Vamos lá.
    Tipo, ela esta em um quarto q foi dela no passado¿ Eu sempre quis fazer isso, ir para uma casa q eu morei no passado e ficar andando por ela kkk
    Taylor ligou para a Sarah... Hmmm. Eles vão ficar sozinhos em uma casa onde não tem ninguém... –q
    Eu também quero saber oq esta escrito nos diários.
    Como assim e a família¿
    Ok, amei o prologo e tals.
    Não tem como eu comentar com o face aqui¿ :C
    Então em todo os meus coments eu vou deixar meu nome no final.
    Mal comecei a ler mas já to amando. Indo para o próximo cap.
    Rafael.

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    1. YEEEEEYYYY O RAFA ESTÁ LENDO A EB, AINDA ESTOU SURTANDO INTERIORMENTE POR ISSO UHUHUHUHUH \OO/
      Você fez bem, pq eu demoro séculos pra att as fics, sou má assim PDSIOMFPSDIMFPIODSMGIPOM
      Está, sim senhor! Eu também quero fazer isso, seria bem legal, visto que ontem passei na entrada da minha primeira casa e tudo mais kkkk
      É disso que se trata os próximos cerca de 40 capítulos, então PIDSMFIODSMF
      Rafa, tem que entender que Sarah animada só tem foco suficiente para uma coisa kkkkkk
      Nhaw, gracias ^^ <3 Adorando você lendo (e você tá lendo bem depressa, ok? spodimfpsoigm)
      Vou assinar também, porque é legal.
      Sofia.

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